Mais uma vez a revista Nova Escola vem esclarecer nossas dúvidas a respeito do ensino de Música nas escolas.
Trata-se da lei nº 11.769, de 18 de agosto de 2008, que determina que a música seja "conteúdo obrigatório, mas não exclusivo" do componente curricular relativo à Arte, em toda a Educação Básica, o que também consta da Lei de Diretrizes e Bases (LDB) nº 9394/1996 (Artigo 26, § 2º). Ao ensinar tal disciplina, as escolas podem trabalhar com artes visuais, teatro, dança e também a música. Isso é diferente de dizer que os alunos terão uma matéria chamada música ou um professor específico para tratar desse conteúdo. A lei nº 11.769 estabeleceu o prazo de três anos para que as redes de ensino se adaptem à nova exigência (Art. 3º). Assim, estados e municípios têm até este ano para baixar normas explicando como as escolas devem cumprir a legislação e dar detalhes sobre em que anos/séries serão incluídos os conteúdos de música, o que será abordado nas aulas e quem as irá ministrar. O documento também deve deixar claros, os critérios de qualidade, as formas de fiscalização e, eventualmente, os modos de punir os infratores. A lei enfatiza ainda a importância das regulamentações locais para garantir o espaço das expressões regionais.
Fonte: http://revistaescola.abril.com.br
11 respostas sobre a
obrigatoriedade da música na escola
Conheça
a lei que determina a obrigatoriedade do ensino de música em todas as escolas
do país até agosto de 2011

Nas escolas, a música não deve ser necessariamente uma disciplina exclusiva.
Ela pode integrar o ensino de arte, por exemplo, como explica Clélia Craveiro:
"Antigamente, música era uma disciplina. Hoje não. Ela é apenas uma das
linguagens da disciplina chamada artes, que pode englobar ainda artes plásticas
e cênicas. A ideia é trabalhar com uma equipe multidisciplinar e, nela, ter
entre os profissionais o professor de música. Cada escola tem autonomia para
decidir como incluir esse conteúdo de acordo com seu projeto
político-pedagógico". Apesar de ser uma boa iniciativa, o trabalho com
equipes multidisciplinares para o ensino de música não tem acontecido de forma
satisfatória nas instituições de ensino. "De qualquer maneira, trabalhar
de forma interdisciplinar ou multidisciplinar em escolas de educação básica é
uma tarefa complicada", afirma Clélia.
É necessário prestar atenção se o seu filho está tendo aulas de música com uma
equipe adequada ou mesmo se esse tipo de aula está sendo oferecida na escola
dele, como diz a lei. De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases de 1996, só
estão autorizados a lecionar na educação básica os professores com formação em
nível superior, ou seja, profissionais que tenham cursado a licenciatura em
Universidades e Institutos Superiores de Educação na área em que irão atuar.
Portanto, os professores que devem ser responsáveis pelas aulas de música do
seu filho são aqueles com formação superior em música. Fique
atento.
Entenda mais detalhes dessa lei para que você possa compreender e exigir a
aplicação dela na escola do seu filho.
A lei não especifica conteúdos, portanto as escolas terão autonomia para
decidir o que será trabalhado. "É muito complicado impor um conteúdo
programático obrigatório para as aulas de música, quando a LDB (Lei de
Diretrizes e Bases) nº 9294/96 privilegia a flexibilidade do ensino", diz
Sonia Albano, diretora regional da Associação Brasileira de Ensino Musical
(ABEM), para quem o mais importante seria trabalhar a coordenação motora, o
senso rítmico e melódico, o pulso interno, a voz, o movimento corporal, a
percepção, a notação musical sob bases sensibilizadoras, além de um repertório
que atinja os universos erudito, folclórico e popular.
"Os professores estão privilegiando projetos simbólicos que já vem da
realidade dos alunos, priorizando um capital social trazido pelos alunos para
que seja ampliando. Assim, é possível chegar a ensinar músicas de todo mundo e
de diferentes épocas", diz Magali Kleber, presidente nacional da ABEM
(Associação Brasileira de Educação Musical). "O ensino de música deve
envolver o capital simbólico e cultural da região da escola. Deve-se trabalhar
com uma perspectiva antropológica, envolvendo os pais, os alunos e contexto
sócio-cultural", completa.
As instituições de ensino têm encontrado dificuldades para cumprir devidamente
esse ponto da lei, porque o número de professores formados em música é pequeno
no Brasil. Além disso, a contratação de professores específicos prevê gastos
com os quais muitas escolas não têm condições de arcar. "E aí estoura o
orçamento da escola pública, porque para ministrar o conteúdo de música terá de
contratar o professor de música", diz Rosemara Stalbi, coordenadora da Pós
Graduação da Sociedade e Cultura na Amazônia. O Conselho Nacional de Educação
recomenda que as escolas pensem a música em meio a um projeto
político-pedagógico que respeite a organização dos currículos escolares. O
órgão ainda lembra que tais currículos podem estar organizados por áreas,
temas, projetos relacionados à música.
Quanto aos materiais, a coordenadora musical Lisiane Bassi, coordenadora do
programa de Educação Musical de Franca, cidade do interior de São Paulo que é
referência no Ensino Musical, acredita ser possível realizar educação musical
sem grandes investimentos. Ela conta seu próprio exemplo: "Hoje,
felizmente, temos o apoio da prefeitura de Franca (SP) e dispomos de bons
instrumentos musicais, mas começamos com instrumentos feitos pelos alunos com
sucata. Podemos fazer música com um lápis e uma borracha e até com o corpo. A
musicalidade está dentro da pessoa", ela diz.
O MEC (Ministério da Educação) propõe cursos de formação para ministrar o
conteúdo de música e o ensino de cultura regional. Até mesmo recursos de
educação à distância estão sendo usados nesse processo. "Agora existe uma
expectativa muito grande da área e da sociedade que está esperando que seus
filhos aprendam música nas escolas sem ter de pagar. A lei teve impacto para os
profissionais de música, e teve impacto para a discussão de acesso à música na
sociedade", diz Magali Kleber.
Em depoimento oficial, a Câmara de Educação Básica do CNE (Conselho Nacional de
Educação) afirma que, "certamente, será exigido da União, dos Estados e
dos Municípios um esforço conjunto para que se promova a formação adequada dos
professores de música".

Para que o ensino proposto na Lei tenha bons resultados, o indicado é que as
escolas intensifiquem trabalhos já produzidos em sala de aula e que levem em
conta o contexto cultural dos alunos.


Ainda não há um mapeamento que responda à esta questão. Mas ao que tudo indica, os estados com um maior número de licenciaturas em pedagogia e música estão se movimentando mais. Por outro lado, estados com deficiências na educação e com poucos cursos de formação superior para professores tendem a ter mais dificuldades para a implantação da lei. "Nos estados do Norte do país, onde a formação de professores é deficiente, a implantação de leis voltadas para áreas específicas é mais difícil. Mas não se pode pensar de maneira pontual, as questões também são sistêmicas", afirma Magali Kleber, presidente da Associação Brasileira de Educação Musical (ABEM). A ABEM, aliás, está reunindo boas iniciativas do ensino de música de todo país. Segundo Magali, cidades como Vitória, Goiânia, Florianópolis, Porto Alegre, Natal, João Pessoa e Mogi das Cruzes são bons exemplos da evolução em trabalhos com música nas escolas. 'É importante que esses exemplos sejam seguidos, e que, o quanto antes, seja feito o mapeamento oficial dessas iniciativas", diz Magali Kleber, presidente nacional da ABEM (Associação Brasileira de Educação Musical). Um caso interessante é o de Pernambuco, onde as 400 escolas estaduais já possuem a disciplina de artes na grade curricular. "O ensino de música já está sendo introduzido na área de artes das escolas desde 2007", diz Zélia Porto, gerente de Políticas Educacionais do Estado. Para tanto, valem parcerias entre as instituições de ensino e os conservatórios de música locais, além da abertura de concursos dirigidos aos profissionais da área.
Este material foi publicado no site Educar para Crescer e esta disponível no mural da escola!
11 respostas sobre a
obrigatoriedade da música na escola
Conheça
a lei que determina a obrigatoriedade do ensino de música em todas as escolas
do país até agosto de 2011
Foto:
Ilustração de Claudia Marianno

Especialistas indicam que o
ensino de música nas escolas deve trabalhar a coordenação motora, o senso
rítmico e melódico
O ano de 2011 é data limite para que toda escola
pública e privada do Brasil inclua o ensino de música em sua grade curricular.
A exigência surgiu com a lei nº 11.769, sancionada em 18 de agosto de 2008, que
determina que a música deve ser conteúdo obrigatório em toda a Educação Básica.
"O objetivo não é formar músicos, mas desenvolver a criatividade, a
sensibilidade e a integração dos alunos", diz a professora Clélia
Craveiro, conselheira da Câmara de Educação Básica do CNE (Conselho Nacional de
Educação).
Para ler, clique nos itens
abaixo:
A lei
nº 11.769 tornou o ensino de música obrigatório na Educação Básica (que engloba
Educação Infantil e o Ensino Fundamental). Mas ela não especifica se todas as
séries devem ter a música incluída em sua grade curricular. "Assim como a
quantidade de aulas por semana, isso teria de ter sido definido até este ano,
junto aos sistemas de ensino estaduais e municipais", diz Clélia Craveiro,
conselheira da Câmara de Educação Básica do CNE (Conselho Nacional de
Educação). Segundo a presidente nacional da Associação Brasileira de Educação
Musical (ABEM), Magali Kleber, cada secretaria está preenchendo esta lacuna do
seu jeito. "Isso revela uma riqueza de que como é possível ter vários
projetos pedagógicos para o ensino de música. Já que está tudo parado em âmbito
nacional, isso tinha que ser resolvido nos estados", afirma. A não
especificação de alguns pontos da lei permite que em diferentes anos de estudos
se tenha diferentes tipos de aula de artes. Tudo depende da proposta
político-pedagógica de cada escola.

"A
música contribui para a formação integral do indivíduo, reverencia os valores
culturais, difunde o senso estético, promove a sociabilidade e a
expressividade, introduz o sentido de parceria e cooperação, e auxilia o desenvolvimento
motor, pois trabalha com a sincronia de movimentos", explica Sonia Regina
Albano de Lima, diretora regional da Associação Brasileira de Ensino Musical,
(ABEM) e diretora dos cursos de graduação e pós-graduação lato sensu em Música
e Educação Musical da FMCG (Faculdade de Música Carlos Gomes). O trabalho com
música desenvolve as habilidades físico-cinestésica, espacial,
lógico-matemática, verbal e musical. "Ao entrar em contato com a música,
zonas importantes do corpo físico e psíquico são acionadas - os sentidos, as
emoções e a própria mente. Por meio da música, a criança expressa emoções que
não consegue expressar com palavras", completa Sonia Regina. "A
música fez bem para a autoestima do estudante, já que alimenta a criação".

O
ensino de música não é como antigamente, quando se aprendia as notas musicais e
canto orfeônico, mas o que as crianças devem aprender nas aulas? O MEC
recomenda que, além das noções básicas de música, dos cantos cívicos nacionais
e dos sons de instrumentos de orquestra, os alunos aprendam cantos, ritmos,
danças e sons de instrumentos regionais e folclóricos para, assim, conhecer a
diversidade cultural do Brasil.
As
aulas devem ser ministradas por professores especialistas em música, ou seja,
que tenham licenciatura. "Se um professor de língua estrangeira não pode
lecionar matemática, um ensino musical de qualidade não pode ser ministrado por
um professor que não tenha conhecimento na área musical. Trabalhar com um
profissional não habilitado propicia um ensino superficial e perigoso, pois o
professor não terá condições de avaliar os prejuízos que poderá provocar ao
indivíduo e nem terá capacidade para aplicar esse conhecimento de maneira
eficaz", alerta Sonia Albano, diretora regional da Associação Brasileira
de Ensino Musical (ABEM). Isso não quer dizer que a música não deva fazer parte
do conteúdo transversal, aquele que atravessa as aulas. "O professor de
sala pode e deve usar a música em suas aulas, mas não tem condição de dar aula
de música", diz Lisiane Bassi, coordenadora do programa de Educação
Musical de Franca, cidade do interior de São Paulo que é referência no Ensino
Musical.

As
escolas terão até agosto de 2011 para se adaptar à nova lei, ou seja, para
incluir o ensino de música em sua grade curricular, comprar materiais
(instrumentos musicais, CDs etc) e verificar se possuem professores capazes de
ministrar as aulas, pois nem todos possuem docentes de todas as áreas. Se não
tiverem, deverão contratá-los. "As escolas não estarão adaptadas até
agosto deste ano e, talvez por isso, teremos de solicitar uma extensão desse prazo",
diz Magali Kleber presidente nacional da ABEM (Associação Brasileira de
Educação Musical).
Encarar
uma sala de aula e ministrar um ensino musical de qualidade não é fácil.
Afinal, não basta ser músico, é preciso ter didática, e para isso existem os
cursos de capacitação. "Há muitos profissionais formados em música, mas
que não têm didática. E, geralmente, eles saem da faculdade com formação
específica em apenas um instrumento e com o objetivo de serem professores
particulares de música, ou seja, terem apenas um aluno por vez", diz
Lisiane Bassi, coordenadora do programa de Educação Musical de Franca, cidade
do interior de São Paulo que é referência no Ensino Musical. A contratação de
professores é um problema ainda não resolvido nas escolas. "É diferente
dar aula no conservatório e dar aula numa escola de 40 alunos. Hoje
reconhecemos que não há profissionais suficientes para atuar com música nas
salas de aula. Medidas são necessárias para resolver isso, uma delas é a
correção devida de editais publicados errados para o ingresso na área; outra é
o oferecimento de cursos de capacitação para os professores, cursos de extensão
universitária entre outros", diz Magali Kleber presidente nacional da ABEM
(Associação Brasileira de Educação Musical).


Apesar
de o ensino musical exigir um professor especialista (técnico ou licenciado em
música), seria de grande valia que as faculdades de pedagogia contemplassem a
disciplina música, ensinando, por exemplo, como usar a música em sala de aula,
além de explicar o que é a educação musical e como ela pode ser parceira no
ensino-aprendizagem. "Há falta de conhecimento de alguns professores, que
acham que aula de Música é só cantar, é brincadeira", diz Lisiane Lisiane
Bassi, coordenadora do Ensino de Música de Franca, que é referência nacional.
As
instituições de ensino possuem autonomia para definir o tipo de Educação
Musical que irão implantar. "Assim como seu conteúdo, de acordo com seu
projeto político-pedagógico", diz Clélia Craveiro conselheira da Câmara de
Educação Básica do CNE (Conselho Nacional de Educação). A modalidade de Ensino
Musical a ser adotada é o grande desafio que as escolas enfrentam durante a
implementação da lei. Deve ser realizado um ensino musical tecnicista ou
sensibilizador? Deve-se priorizar a voz, a formação instrumental ou a formação
estético-musical dos alunos? Estas são decisões fundamentais e que devem ser o
ponto de partida para que a lei nº 11.769 seja cumprida. "Deve ser
garantido que o ensino da música seja inserido nas escolas públicas, mas que a
diversidade musical e cultural do Brasil sejam respeitadas. O conteúdo não pode
ser igual para todas as escolas mesmo, isso fera a autonomia das escolas na
construção de seus projetos pedagógicos", afirma a presidente nacional da
ABEM (Associação Brasileira de Educação Musical), Magali Kleber.
Há
várias formas de se trabalhar a música na escola, por exemplo, de forma lúdica
e coletiva, utilizando jogos, brincadeiras de roda e confecção de instrumentos,
como sugere Sonia Albano, diretora regional da Associação Brasileira de Ensino
Musical (ABEM). "Dessa forma, a música é capaz de combater a agressividade
infantil e os problemas de rejeição". Nas escolas da rede municipal de
Franca, onde o Projeto de Educação Musical já existe desde 1994 (ou seja, muito
antes da lei nº 11.769 entrar em vigor), as crianças não só ouvem música, como
a produzem, fazendo pequenos arranjos e tocando instrumentos como a flauta doce
e alguns de percussão. Elas também vivenciam a música, por meio de trabalhos corporais
que desenvolvem a atenção e a coordenação motora. "Não queremos formar
músicos, mas desenvolver o espírito crítico, conhecer as raízes da música
brasileira, despertar o gosto musical, preservar nosso patrimônio e aumentar o
repertório musical nacional e internacional", diz Lisiane Bassi.



Ainda não há um mapeamento que responda à esta questão. Mas ao que tudo indica, os estados com um maior número de licenciaturas em pedagogia e música estão se movimentando mais. Por outro lado, estados com deficiências na educação e com poucos cursos de formação superior para professores tendem a ter mais dificuldades para a implantação da lei. "Nos estados do Norte do país, onde a formação de professores é deficiente, a implantação de leis voltadas para áreas específicas é mais difícil. Mas não se pode pensar de maneira pontual, as questões também são sistêmicas", afirma Magali Kleber, presidente da Associação Brasileira de Educação Musical (ABEM). A ABEM, aliás, está reunindo boas iniciativas do ensino de música de todo país. Segundo Magali, cidades como Vitória, Goiânia, Florianópolis, Porto Alegre, Natal, João Pessoa e Mogi das Cruzes são bons exemplos da evolução em trabalhos com música nas escolas. 'É importante que esses exemplos sejam seguidos, e que, o quanto antes, seja feito o mapeamento oficial dessas iniciativas", diz Magali Kleber, presidente nacional da ABEM (Associação Brasileira de Educação Musical). Um caso interessante é o de Pernambuco, onde as 400 escolas estaduais já possuem a disciplina de artes na grade curricular. "O ensino de música já está sendo introduzido na área de artes das escolas desde 2007", diz Zélia Porto, gerente de Políticas Educacionais do Estado. Para tanto, valem parcerias entre as instituições de ensino e os conservatórios de música locais, além da abertura de concursos dirigidos aos profissionais da área.
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